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(Palácio Real de Madrid)

Com mais três amigos rumei a Madrid para um fim-de-semana de quatro dias. Madrid aqui tão perto remete-me sempre para a minha adolescência pois, vivendo em Bragança, conheci primeiro Madrid antes de Lisboa. Era a referência de grande cidade e Lisboa sempre me pareceu pequena. Esta viagem não foi uma romaria nostálgica. Foi uma viagem de puro prazer e quiseram “os desígnios de Deus” que coincidisse com a final do Campeonato de Mundo de Futebol e que a Espanha ganhasse. Eu que fujo de futebol eis-me vítima das celebrações… Às cinco da manhã ainda ouvia em desespero as terríveis, maléficas e perturbadoras vuvuzelas que sobressaíam no meio de outros ensurdecedores barulhos.

Como tem vindo a ser meu hábito, relato as refeições que fiz em restaurantes que encontrei à descoberta e que revelam uma nova cozinha e a preços correctos. Neste caso o grupo não tem os mesmos objectivos em relação à escolha de restaurantes, nem as mesmas preocupações gastronómicas. Nesta estadia apenas vale a pena citar duas refeições, em sete, e portanto dois locais. De qualquer forma são dois restaurantes onde valeu a pena ir.

No restaurante “El Cucurucho del Mar”, no Postigo de San Martin 6, ali mesmo junto à Praça de Callao, local simples mas acolhedor, a especialidade é o marisco. Como um dos convivas não come marisco, comeu umas costeletas de cabrito e nós, os restantes três, pedimos uma mariscada que se revelou abundante. Tinha amêijoas, berbigões, três categorias de camarão, sapateira, caranguejos e ouriços-do-mar. Para sobremesa uma variedade de Filloas recheadas. Vinho branco “Mar de Ran”, cafés, e no final pagámos pelos quatro, cento e vinte e quatro euros, mas saímos satisfeitos.

A caminho de outra refeição digna de menção, parámos no tradicional “Café Gijón” no Paseo de Recoletos 21 para tomar uma aperitivo e seguimos para o restaurante “Dassa Bassa” situado na Calle Villalar 7. Eu já tinha referências deste restaurante e conheci pessoalmente o seu chefe e proprietário num encontro de novas culinárias, em Vigo. Entra-se no restaurante no que se supõe um bar, e depois descemos ao piso inferior onde, de forma espaçada e confortável, se encontram as mesas. O restaurante dispõe de um serviço à carta mas optámos pelo Menu Degustação. Começámos com um creme de alho-porro com azeite e à parte esferificação de Campari em tamanho azeitona. Seguiu-se um gaspacho andaluz com melancia e esferificação de moscatel e depois um ovo escalfado com espuma de batata e trufa. Continuou com corvina em caldo de favinhas e depois um leitãozinho confitado com citrino doce. Para um reset à boca um caldinho de aipo e para sobremesa pêssegos em vinho tinto com espumas doces e gelado de chocolate. Acompanhámos com vinho “Pujanza 2005”. Pagámos trezentos euros que valeram a pena. Serviço de mesa bom e ritmo de serviço da refeição muito equilibrado.

Quanto às outras refeições não vale a pena ocupar espaço.

Claro que doutras visitas recordo grandes restaurantes como “El Zalacaín”, “Jockey”, “Goya del Hotel Ritz”, “Lhardy” ou “Sant-celoni” entre muitos outros.

As refeições com vinho sabem melhor. Aprendam a beber com moderação.

© Virgílio Nogueiro Gomes