Peixes no mercado
Vista de um conjunto de 2 postos de venda
Não há país ou gastronomia que não se propagandeie sobre os produtos para definir a sua gastronomia e a sua qualidade. Raramente é proposto conhecer os produtos nos seus locais, primeiros, de venda. Claro que o grande consumo doméstico se poderá abastecer em supermercados, e muitas vezes já embalado e até em doses individuais. Sempre que viajo e fico mais de dois dias, é meu hábito visitar os mercados e muitas vezes os mercados abastecedores. Já anteriormente fiz uma crónica sobre as frutas no Mercado de São Sebastião em Fortaleza, Brasil. Desta vez fui ao Mercado dos Peixes, instalados na beira-mar, e com acesso direto da população e também dos turistas.
Conjunto escultórico dedicado a Iracema
Apesar de provisoriamente instalado neste local, será brevemente colocado na proximidade. Atualmente está com começo junta a uma das estátuas de Iracema que se encontram pela cidade de Fortaleza. Iracema era uma índia e figura mítica do romance com o seu nome escrito em 1865 por José de Alencar (1829-1877). Este livro faz parte de uma trilogia constituída por Guarani (1857) e Ubirajara (1874) sobre questões relacionadas com a cultura indígena. Uma escrita híper realista que me obrigou a consultar várias vezes dicionários interpretativos para o bom entendimento da obra. Os nomes de frutas, plantas e alimentos são muitas vezes escritos em linguagem local.
Detalhe de Iracema
O conjunto escultórico, do artista plástico Gorbiniano Lins, foi colocado no local “onde a índia esperava o retorno de Martim Soares Moreno…, no momento em que o guerreiro branco, seu filho e seu fiel cão deixam nossa praia em uma jangada.” Boa oportunidade para ler ou encontrar José de Alencar.
Detalhe do guerreiro com seu filho
Apresento de seguida os peixes e mariscos que fotografei. Não se trata de um inventário, nem da lista dos peixes que aqui se vendem. Foram os disponíveis à hora a que fui ao mercado.
Agulhinha, peixe pequeno que se percebe porque assim é chamado
Arabaiana
Arraia que corresponde a Raia em Portugal
Badejo
Beijupirá, um dos peixes mais emblemático e que atinge os 80 k
Camurupim que tem fama de dar grande vigor aos homens
Kangulo
Cavala de grande dimensão
Pargo
Sardinha tropical, um mistério. Insisti na sua designação pois em pouco se assemelha à tradicional sardinha portuguesa
Tilápia, o peixe mais conhecido de água doce
Taioba, muito semelhante a amêijoa
Lagosta preparada sem a cabeça
Vivam os peixes que “não puxando carroça” alimentam muito bem.
BOM APETITE!
© Virgílio Nogueiro Gomes