Aprendi que as pessoas se tornam mais doces, comendo doces. Não vos quero forçar a esta prática mas, de facto, o doce nunca amargou e soube sempre muito bem. Na foto parece que quero comer todos aqueles doces. Não, apenas os quero partilhar convosco. De presente, envio uma receita que, com cuidado, poderão confecionar em casa e a todos surpreender:
Trouxas-de-ovos
20 gemas de ovo
2 claras de ovo
1 kg de açúcar
Água
Coloca-se o açúcar ao lume, antigamente usava-se tacho de cobre, com 3 dl de água até atingir um ponto de fio (103ºC). À parte já se tem prontas as gemas passadas por uma peneira fina, juntam-se as claras sem mexer muito, apenas para garantir a ligação das gemas com as claras. Retira-se o tacho do lume e coloca-se no centro uma porção de gemas e claras (usa-se como medidor uma chávena de café). Coloca-se novamente o tacho ao lume e, logo que os ovos estejam consistentes e formando uma placa, retira-se com uma escumadeira e coloca-se sobre uma peneira para escorrer. Vai-se repetindo esta operação até acabar os ovos. Entretanto tenham cuidado não deixar subir o ponto de açúcar e, para tal, ir borrifando com uns salpicos de água. Para compor as nossas trouxas colocam-se as placas duas a duas, tendo atenção de colocar o lado mais brilhante para fora. Aparam-se com uma faca de modo a obter quadrados. Colocam-se as aparas no centro das placas e enrolam-se de modo a obter rolinhos regulares que se vão dispondo em travessa. Regam-se com a calda de açúcar.
As Trouxas-de-ovos são identificadas como de origem conventual. Há localidades onde são consideradas como emblemas da sua doçaria como Amarante, Caldas da Rainha ou Beja.
Bom Apetite. Boas Festas. Ah! Não se esqueçam de um bom vinho generoso a acompanhar. BOM ANO 2012.
© Virgílio Nogueiro Gomes
© Foto e design de Adriana Freire