(Salada de Lavagante no DOP)
Acompanhando um amigo, que comigo partilha o interesse pela gastronomia e pela boa mesa, que tinha uma questão a resolver em Valongo aceitei o desfio e por aquelas paragens ficámos no fim de semana.
Depois de passar a Ponte de Freixo, e como era hora de almoço, fomos diretos à Casa Aleixo, local de peregrinação de mesa obrigatório no Porto. Para tristeza nossa estava encerrado. O mês de agosto tem destas coisas… Em alternativa fomos para Valongo esperando encontrar um restaurante nas proximidades do local onde o meu amigo tinha fixada a reunião. Entrámos num restaurante com ar arrumado e na lista deparámo-nos com “Filetes de Peixe”, num impulso como se estivéssemos no “Aleixo”, foi o que encomendámos. Pedimos ainda vinho a copo, um “Verde” e um “Douro” brancos. Instantes passados, chega o “couvert”, mais um pratinho de presunto e um queijo amanteigado. Da minha parte informei que não queria nada (estou com uma dieta sem hidratos de carbono) e o meu amigo apenas aceitou o pão e manteiga. Mas faço referência a este automatismo de colocarem iguarias, sem ser solicitadas: e se depois comer e não quiser pagar? A Lei parece clara mas acontece que muitos dos clientes se envergonham de recusar estas vendas “à força” e sentem alguns constrangimentos o que poderá mesmo levar a deixarem de frequentar o estabelecimento. No nosso caso, apesar de eu informar que não aceitaria, foram debitados dois “couverts”. Mais grave ainda, vêm servir o vinho e reparámos que estava a ser aberta uma garrafa de vinho, embora tivéssemos pedido vinho a copo. Quando lhe chamei a atenção para o nosso pedido o empregado limitou-se a dizer que “não têm serviço a copo”. Claro que já não deixei abrir a segunda garrafa. Depois, já prevíamos, quando o Aleixo tinha sido a nossa expectativa, que a qualquer outra comida havia de faltar o atrativo que em nós se pegara. O nosso começo parecia azarado. Mas depois animou.
Nessa noite fomos jantar ao restaurante “Traça”, no Largo de São Domingos, 88 no Porto. Aberto apenas há cerca de dois meses mostrou ser um local recomendável. Começámos por “Gambas Crocantes” seguidas de “Salada de Perdiz de Escabeche” e eu optei por um “Congro Estufado com Ervilhas”, que me fez recuar a memórias de Bragança onde me habituei a comer este prato. Para sobremesa uma “Tarte Fina de 3 Chocolates”, que, na voz do meu amigo, estava excelente mas eu, forçado pela minha dieta, fiquei sujeito a “Ananás”. Para beber, a copo, “Cume” tinto. Na cozinha, a chefiar, o jovem Diogo Cabral.
No dia seguinte, depois de visita turística ao Palácio da Bolsa e à Igreja de S. Francisco, almoçámos no "DOP", no Largo de S. Domingos, 18, no Porto, e instalado no chamado Palácio das Artes. Apetece-me começar por classificar o serviço, que foi muito agradável, questão que está rareando. Começámos, com “Carpaccio de Polvo” , para mim, seguido de “Salada de Lavagante”, para o meu amigo “Terrina de Foie Gras” e também “Salada de Lavagante”. De sobremesa “Domo Chocolate” e “Pina Colada” respetivamente. Para beber, e sentindo o dia de verão optámos por rosé “Valle Pradinhos”. Este restaurante possui uma curiosa e extensa lista de vinhos com cerca de oitocentas entradas. Ainda, e bem, não serviram pão e manteiga situação que me agrada conforme podem ler na minha crónica “Pão com Manteiga”. Gosto muito mas fora das refeições. Nestas só o como quando o serviço é demorado ou conjeturo que a comida não é de grande qualidade. O maestro da cozinha é o conhecido Rui Paula.
Para jantar fomos ao restaurante “Mesa”, na Rua D. Domingos Pinho Brandão, 75 – 4º no Porto. Jantar ligeiro, e tranquilo como sugere o local, constituído por “Tranche de Robalo com Legumes” e “Carpaccio de Ananás” para mim e “Vitela de Comer à Colher” e “Tarte de Maçã” para o meu acompanhante. Para beber, “CARM” tinto 2009. Para qualquer destes locais, recomendáveis, convém reservar. Luis Américo comanda este local.
A estada decorreu de forma muito confortável instalados no Porto Palácio Hotel, que continua com um serviço impecável, sem reparos. Os quartos bem equipados e com detalhes exclusivos de hotéis de cinco estrelas de topo. O pequeno-almoço tem tudo o que é exigível decorrendo de forma muito agradável.
© Virgílio Nogueiro Gomes
Agosto 2011
(Palácio da Bolsa)