Serviço à Lista

Não pensem que vou escrever sobre o serviço chamado “à lista” do qual dispomos na maioria dos restaurantes. Apesar de ser um cliente de restaurantes, quase viciado a comer fora de casa, não irei escrever sobre o atual panorama dos restaurantes portugueses pós pandemia, apesar de me apetecer fazer algumas reflexões para breve.

“Serviço à Lista” é o título de livro que há meses aguarda os meus comentários escritos. Adquirido por impulso, depois de uma ver numa montra de um alfarrabista, fiz-lhe uma leitura rápido que me abriu o apetite para uma leitura mais cuidada uns meses depois.

“O Serviço à Lista” é, possivelmente, uma expressão que apareceu com a multiplicação de restaurantes na primeira metade do século XX. Significa que cada cliente pode escolher, a partir da lista, o que deseja comer e a uma mesa cada cliente pode optar por soluções diferentes. Este acesso fácil e crescente de pessoas que passaram a frequentar restaurantes levou a que se utilizassem palavras que nem todos sabiam, ou sabem, o que verdadeiramente significam. Poucos sabem a diferença entre “menu” e “ementa”, pouco se lembrar do que é “mesa-redonda”, e depois aparecem palavras como “lista” ou “cardápio” que se empregam em paralelo com “ementa” ou “menu”.

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(Capa do Livro)

Nesta crónica Serviço à Lista é sobre uma coleção de textos, um livro, publicado em 1957, da autoria de Abreu e Sousa, e editado pela Livraria Tavares Martins, do Porto e escrito com um sentido de humor que nos deixa bem-dispostos. E neste tempos de pós confinamento precisamos, eu preciso, de leituras aliviantes das notícias. Eu senti muito a falta dos restaurantes, e de viajar. Neste livro, com pequenas histórias, o mote são sempre situações ligadas a alimentação. E para índice surge-nos um “Menú” cuja denominação se afasta do que seria “menu” desde a sua inicial utilização na primeira metade do século XIX. Neste menu literário temos:

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(Reprodução do índice do livro)

Nas suas divertidas crónicas usa expressões relacionadas com a alimentação como “tremer como um pudim flan”, numa descrição divertida num barbeiro; ou em outra história para admissão de uma criada para conter três crianças endiabradas lhe perguntam se gosta de meninos ela responde: “Muito. Mas bem assados”. Realmente não se servem meias doses. Estas crónicas a meio ficam sem graça! De facto o que se serve não são pratos mas "bom humor para todos os paladares".

Conforme o “menu” a cada prato corresponde uma crónica irónica, mas sempre divertida ou cheia de ironia.

Brevemente este livro estará disponível na:

 

 

Biblioteca Gastronómica da ACPP

Rua Santana à Lapa, 71

1200-798 Lisboa

(aberta para utilização pública)

Boas leituras!

© Virgílio Nogueiro Gomes