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Autor: Alain Claude Sulzer

Editora: QUIDNOVI

A capa atraiu-me para a consulta imediata deste romance. Folheio as primeiras páginas e encontro a definição das qualidades de um empregado de mesa. A acção desenrola-se imediatamente antes do início da 2ª Guerra Mundial e passa-se na Suiça. A descrição das funções do empregado de mesa, e sem sentido servil, leva-me a adquirir o livro mesmo sem conhecer o seu autor.

Fiquei fascinado com os detalhes ao descrever os ambientes, e na definição precisa da personalidade da personagem principal, o criado exemplar.

O livro alterna entre dois tempos narrativos: o início da história e o momento presente. Ora o discurso directo no presente, ora as memórias bem claras.

Se o que me despertou a curiosidade para este livro foi o rigor da definição do perfil de um empregado de mesa perfeito, o desenrolar da história levou-me a querer chegar rapidamente ao fim, e com um fecho surpreendente. O empregado parece não ter vida própria, a sua eficiência só é notada pela sua única, e desesperante, ausência. Já repararam que não é pela história que recomendo o livro. Deliciei-me com a forma de contar a produção de serviço de um hotel e restaurante.

E quanto precisamos hoje em dia destes empregados de mesa para quem estava nas mãos desenvolver uma concreta percepção dos desejos dos hóspedes,… nunca se deveria dar a entender que o Grande Hotel tinha falta de empregados,…nunca seja presumido, mantém-te sempre modesto. Um empregado arrogante é um despropósito. E a terminar: Como eu já disse, o senhor é um perfeito criado de mesa.

Para ler e aprender.

(C) Virgílio Gomes