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Autores: Rita João, Pedro Ferreira e Frederico Duarte

Editado por: Pedrita e Frederico Duarte

ISBN: 978-989-20-1093-9

 

Hesitei muito antes de escrever sobre este livro. Por parecer suspeito. E isto porque tive conhecimento do projecto, já numa fase adiantada, tendo conversado com os autores. Se eles me pareceram ambiciosos, eu ainda queria mais. Às vezes o difícil é entender o que é possível, e a esse nível, fazer o melhor. O resultado é muito bom.

Este é um livro que fazia falta antes que a globalização galopante destrua o fabrico de alguns doces do livro. Todo o livro é doce. Recentemente, numa viagem à Turquia, e em deambulações gastronómicas, depois de ter gostado muito de um doce tradicional, baklavas, quiseram que eu comesse um segundo ao que respondi, agradecendo, que era muito doce. Fui brindado com um provérbio turco que refere que “As coisas doces fazem as pessoas doces”. Ora os autores constaram isso durante o trabalho para a produção do livro e na apresentação escrevem, sobre a primeira refeição do portugueses, que “Precisamos de algo mais doce para começar os nossos dias. Algo mais doce, delicioso, bonito, especial. Daí sermos tão exigentes, e conhecedores, no que diz respeito a pastelaria.” Mas, apesar de ser elemento de consumo diário, é uma pastelaria que ninguém faz em casa e cuja produção ainda é manual.

O livro faz um inventário da pastelaria nacional, de fabrico próprio, que se significa executada no local.

Mas o livro vai mais longe. Se já o inventário é um feito que merece aplausos, a inclusão de outros textos de Ana Vaz Milheiros, Nuno Sacramento e David Lopes Ramos enriquecem o livro.

De destacar ainda inserções especiais dedicadas: Castella de Portugal, Bolas de Berlim para Todos, Receita Especial (Caracol com Fruta e Gelado), Lugares Próprios (Pastelarias de grande tradição), Doces recordações, Diáspora, Bolos da Madrugada e Espécies Raras.

A terminar um Glossário fundamental para quem ande pouco habituado a esta linguagem.

O design do próprio livro é excelente com fotos bem elucidativas dos doces.

Apetece dizer: vão a correr comprar o livro.

 

© Virgílio Gomes