Autor: Gabrielle Hamilton
Editora: ROCCO L.da
ISBN: 978-85-325-2704-2
O século XX revolucionou as artes culinárias e também a publicação de muitos livros sobre o assunto. Publicam-se muitos livros de receitas, experiência e vivências culinárias, de história, e desenvolveu-se um capítulo de “romances” ou livros de ficção nos quais a presença dos produtos culinários, e a forma de os confecionar, são o atrativo da escrita. Vemos figuras públicas que fazem livros de receitas, e de muitos duvido das capacidades na cozinha, e vemos cozinheiros que escrevem livros para além das receitas.
Para este livro, apresento já o comentário de Anthony Bourdain ( que está nas duas categorias atrás referidas): “Magnífico. Simplesmente, o melhor relato de uma chef, em todos os tempos. O melhor.” Certo, a autora é chef do restaurante “Prune” em Nova Iorque. A sua escrita não a denuncia enquanto chef. A sua escrita é de um cuidado e rigor inquestionável. Com certeza que a alimentação está sempre presente nas suas descrições auto biográficas. O livro é composto por três capítulos cujos títulos são por ordem sequencial iguais ao título do livro. E tem uma ordem no tempo, das suas festas familiares quando assavam cordeiros em festa anual, depois a “sobrevivência” após separação da família e finalmente a fase de estabilização. Neste livro não se aprende a ser chef. Mas assiste-se à forma como esta licenciada pela universidade em ficção, cronista do New Yorker, do Bom Apetit e Food &Wine, se transformou numa chef que também é escritora. Ao ler os seus textos somos arrastados para as suas vivências, com abordagens tão realistas, que apetece continuar a ler com apetite.
Para aqueles que gostam de ler na língua original aqui fica o título: “Blood, Bones & Butter”. Uma história a não perder.
© Virgílio Nogueiro Gomes