Não é uma novidade mas continua a ser um livro actual. E delicioso. Os seus autores fazem um relato histórico da presença da sardinha na alimentação portuguesa e das profissões a ela ligadas. As tradições populares e uma visão quase antropológica da sardinha enquanto denominador português comum, constituem um dos grandes atractivos deste livro.
Histórias curiosas de outros tempos e hábitos que se enraizaram na população, como na venda dar mais que a medida, vão encontrar resposta nesta publicação. A linguagem simples utilizada faz com que este livro seja recomendado às escolas, a todos os níveis.
Depois a menção da sardinha na cultura, expressões populares, provérbios e outros ditos, e pregões. Curioso é o capítulo dedicado à interpretação de sonhos com sardinhas e mesinhas ou adivinhações em cuja prática entra a sardinha. Depois mais umas citações na literatura e designadamente no teatro. Referências ainda à toponímia.
A exemplo, ou na mesma linha, do enterro do bacalhau, também acontece o enterro da sardinha, mas em Espanha que os autores relatam.
Naturalmente não faltam as descrições das festas citadinas, os seus rituais e ainda a técnica para a salga da sardinha.
O livro termina com um surpreendente receituário e muito variado para a confecção de sardinhas. Quem não tiver imaginação tem aqui um belo poço de inspiração.
Uma referência importante foi a industrialização das conservas de sardinhas portuguesas que tinham fama
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