Esta é das estações do ano que mais nos identifica o período em que estamos. Sentimos a nostalgia do fim do Verão, sempre associado a férias, as árvores a perderem as folhas, os dias mais curtos e a necessidade de uma alimentação mais quente.
No entanto é nesta estação que encontramos produtos de grande referência.
Comecemos pelos legumes, ou afins, como os cogumelos e o prazer da sua descoberta no terreno, os nabos e os brócolos. Há cada vez mais interesse pela grande variedade de cogumelos em Portugal e, finalmente, os restaurantes e os seus chefes criaram novas receitas com sucesso. Há também cada vez mais o interesse de pessoas que querem aprender a identificar e colher cogumelos, participante em jornadas de envolvimento com a Natureza.
Nas frutas temos as uvas, grande ícone nacional, para a produção de vinho. Depois temos ainda as maçãs, os figos, as nozes, as castanhas, o ananás e os marmelos. É neste período que se fazem as deliciosas marmeladas e se inicia a grande actividade das compotas. A castanha depois de perder a sua importância para a batata, desde o século XIX, recupera agora em força, multiplicando-se as receitas em especial na doçaria.
Nos peixes continuamos com o goraz, e o cachucho e a truta com o seu melhor sabor.
Quanto a carnes o grande despertar da caça que vai da perdiz, à lebre e ao javali. Esta carne deveria apenas ser consumida no período oficial da caça. Não só para impedir o açambarcamento como para executar culinariamente com rigor. A caça tem um receituário que parece ajustado ao frio que já vai fazendo.
Outro elemento desta estação, e que os portugueses aprenderam a aproveitar no totalidade, é o porco. Com o ritual da matança e os produtos derivados de altíssima qualidade e variedade de sabores.
© Virgílio Nogueiro Gomes
Publicado no livro “Receitas Gourmet “ para Cerveja Abadia, Super Bock, Unicer