Autor: Anthony Capella
Editora: Edições ASA II
Preço: € 16,10
Ainda continuando com os prazeres das férias de Verão, um livro entusiasmante cuja acção nos remete para um produto que, nós portugueses, muito apreciamos: o café.
Certo, trata-se de um romance mas que revela que o autor embrenhou-se muito nas questões do café. Não são novidades para ele a escrita de outros romances cujo enredo se desenvolve à volta dos prazeres da mesa. Em português temos “Receitas de Amor” e “Noivas de Guerra”.
Não é a primeira vez que vos sugiro romances. Faz muito bem ler, descontrai e anima-nos quando se escreve sobre coisas que entendemos bem. E provoca outro tipo de velocidade à leitura.
O romance começa com um encontro acidental, no qual um grande comerciante de café escuta de um consumidor uma comentário sobre o café que estava bebendo: “ este café sabe a ferrugem”. Depois explicava ao empregado de mesa, que não compreendeu aquele comentário, que “uma chávena de café bem feito é o começo perfeito de um dia de ócio. … seu aroma é cativante, o seu sabor é doce; contudo, apenas deixa amargura e mágoa, …, neste caso não pareça saber a nada senão a lama. Talvez com um leve ressaibo a damascos podres.” E assim começa a aventura que leva este poeta a ser contratado para trabalhar para o produtor de café.
Um livro cheio de inesperados actos que levam à descrição de uma vida. Eu próprio aprendi imensos adjectivos para descrever um café. E o autor delicia-nos também em referências gastronómicas surpreendentes.
Prolongue as leituras de férias com este delicioso romance à volta do café, e como o café se transforma num produto de elite gustativa. Eu gostei muito de o ler, e assistir à carreira e vida deste nosso “provador” de cafés.
© Virgílio Nogueiro Gomes