pssht.jpg 

 

  

Autora: Vera Agostinho

 

Editora: Fonte da Palavra

 

Preço: € 10

 

Podemos simplesmente afirmar que é um livro interessante para o Verão. Leitura à beira da piscina ou na esplanada da praia. Mas não, é muito mais do que isso. Também não são só as memórias irónicas de uma empregada de mesa, que o foi, no início, por acidente. Uma empregada de mesa com uma visão da profissão um pouco diferente, e a consciência de que os clientes não têm sempre razão.

Este livro permite várias leituras. A dos clientes que se revêem nalgumas daquelas situações e a dos clientes que sabem estar num restaurante e concordarão com a nossa “Menina”. Por outro lado temos a leitura dos profissionais que concordam com a “Menina” e a dos mais antigos que não aceitam esta postura solta do serviço de mesa. Acontece que esta perspectiva, ou postura, está muitas vezes em confronto no mesmo local, e os clientes sentem isso. Não está em causa a “guerra” entre “queima cebolas” e “gamelas”. O que está em causa é a atitude que se toma perante os clientes e a capacidade de “encaixe” que os novos empregados de mesa têm que ter para enfrentar as novas variedades de clientes. Cada vez mais o melhor empregado de mesa será o que melhor se souber antecipar ao cliente.

Tenho já referido muitas vezes o pouco cuidado que os empresários da restauração dão ao serviço de mesa. E esquecem-se que a brigada de mesa é, de facto, o seu melhor agente comercial. É pela brigada de mesa que muitos dos clientes voltam a um restaurante.

Tive muita pena de me ter esquecido do lançamento deste livro e que tinha uma equipe de peso: Carlos Pinto Coelho, Miguel Pires e Ljubomir Stanisic. É caso para dizer que a “Menina” soube rodear-se bem. Um pedido para a “Menina” continuar a ser empregada de mesa para nos deliciar com as suas histórias, e daí tirar proveito.

 

 

© Virgílio Nogueiro Gomes